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sábado, 19 de dezembro de 2009

Futebol no Brasil

E assim tudo começou...



Em 1895, quando Charles William Miller trouxe da Inglaterra o futebol para o Brasil, o jovem não imaginou que o esporte se tornaria a paixão nacional do país. Paixão capaz de ser “a coisa mais importante dentre as menos importantes”, como diz o jornalista e apresentador esportivo Milton Neves. Se o ditado popular diz que: “De médico e louco todo mundo tem um pouco”, no Brasil pedimos licença e dizemos: “De técnico de futebol e louco todo brasileiro tem um pouco”..

            A vinda do futebol para o país é relatada por HELAL(1990):      
        
O futebol surge no Brasil em fins do século passado, mas precisamente em 1895, quando Charles Miller, um paulista filho de ingleses, retornou ao Brasil, após passar dez anos estudando na Inglaterra. Miller, ao retornar, trouxe consigo duas bolas de couro, camisas, calções, chuteiras, um livro de regras e a paixão pelo novo esporte. Assim que chegou, ele se dedicou de corpo e alma, à árdua tarefa de difundir e promover o futebol entre os ingleses que viviam em São Paulo e que tinham no críquete o seu esporte favorito. (...) De 1895 até as duas primeiras décadas deste século (XX) o futebol era um esporte altamente elitista, praticado apenas por jovens brancos e ricos, descendentes da aristocrática colônia inglesa no Brasil. Nessa época, praticar ou assistir a uma partida de futebol era algo “chique” e os jovens de “boa família” compareciam em peso a esses eventos, que eram vistos por todos como uma festa da alta sociedade.

O futebol faz parte da cultura nacional. COELHO diz:
“Em 1925, o futebol já era o esporte nacional. O Brasil havia sido bicampeão sul-americano em 1929 e, em 1922, faltavam apenas cinco anos para o início da primeira Copa do Mundo, mas o profissionalismo só chegaria ao país oito anos mais tarde”.

Sobre a paixão da maioria dos brasileiros pelo futebol HELAL (1990) nos diz:


Mas certamente o torcedor de futebol mais” fanático “do Brasil não se interessaria por esse esporte caso tivesse nascido e sido criado no Japão ou Estados Unidos. Da mesma forma, poderíamos dizer que Pelé, Garrincha, Rivelino e Zico não teriam a menor intimidade com  a bola nos pés, caso tivesse, nascido e sido criados na China, no Japão, nos Estados Unidos ou na Austrália. O” gostar de futebol “no Brasil existe fora das consciências individuais dos brasileiros, da mesma forma que o” gostar de beisebol “existe fora das consciências individuais dos americanos, e o” gostar do hóquei no gelo “existe fora das consciências individuais dos soviéticos. O gosto ou a paixão por um determinado esporte não existe naturalmente em nosso” sangue “como supõe o senso comum. Ele existe na coletividade em nosso meio social que nos transmite esse sentimento da mesma forma que a escola nos ensina a ler e escrever


Falar de futebol no Brasil é fácil. A maioria dos brasileiros gosta de futebol. Porém, o torcedor tupiniquim é diferente de torcedores de outros países, que consumem o produto futebol mesmo se o time de coração não esteja “bem das pernas”.

Mesmo muitos dos maiores defensores da revolução das novas comunicações ainda precisam entender mais plenamente o íntimo relacionamento existente entre comunicações e cultura. Se cultura, nas palavras do antropólogo Clifford Geertz, “são as redes de significado” que giram em torno dos seres humanos, então a comunicações – linguagem, arte, música, dança, textos escritos, filmes, gravações, software – são as ferramentas que os seres humanos usam para interpretar, reproduzir, manter e transformar essas redes de siginificado. “Ser humano”, observa o teórico da mídia Lee Thayer, “é estar em comunicação com alguma cultura humana e estar em alguma cultura humana é ver e conhecer o mundo – comunicar-se – de uma forma que recrie diariamente essa cultura particular”. O antropólogo Edward T. Hall nos lembra que “ a comunicação constitui o centro da cultura e, de fato, da vida em si”. Há uma ligação inseparável, então, entre as comunicações e a cultura. “A cultura comunica”, disse o falecido antropólogo Edmund Leach (RFKIN, 2001)

Acompanhar notícias sobre futebol no Brasil não é de hoje:

A Copa da França (1938) marcou a primeira vez em que o povo brasileiro se mobilizou para acompanhar ao vivo um mundial.
Ainda não havia televisão, e as partidas eram ouvidas por meio do rádio, com narrações do locutor Gagliano Neto.
O cinema passava, em filme, dias depois de cada partida, as apresentações da Seleção  (Fonte: Todas as copas: 1930 – 2002)



Trecho do meu Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de título de especialista em Criação e produção de Revista Segmentada.