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sábado, 1 de janeiro de 2011

Carta aberta a Muricy Ramalho

Amado Muricy,

            Provavelmente você nuca vai ler estas palavras, mas quero escrevê-las para demonstrar minha grande admiração por você.
            Lembro vagamente, acho que era 1994. Embriagada por títulos e mais títulos do meu Tricolor e começando a amar o futebol, eu te conheci. Você comandava o “expressinho Tricolor”. Deste time lembro de Denilson, Jameli, Caio, Rogério Ceni...
            A vida fez você ser o técnico do time profissional. E o jogo em que Rogério Ceni marcou o primeiro gol era você o treinador.  O tempo passou você se foi. Eu, colecionadora de coisas velhas do São Paulo, via umas fotos de você ainda jogador e de longe acompanhava sua carreira.
            Sabe, me tornei são-paulina por causa de Telê, e chegou aos meus ouvidos que vocês era discípulo dele... A partir de então desejei a cada instante seu retorno. A cada saída de técnico do São Paulo eu pensava; “Agora ele vem”. Via seu trabalho e morria de inveja dos clubes que você dirigia. Torci para o Náutico, São Caetano... Ah! Sem falar que sofri com a perda do título do Internacional em 2005! Considero você pentacampeão brasileiro,viu?
            Em 2006, quando você chegou ao Morumbi... que alegria. Uma pena o time ter perdido aquela final da Libertadores para o Internacional, time que você com maestria ajudou a reerguer.
Depois de 15 anos sem ser campeão brasileiro, o Tricolor voltou ao cenário nacional com você no comando. Depois veio o Bi-campeonato nacional... Que defesa era aquela de 2007? Foi tão fácil a conquista daquele título... Nem teve graça (risos) Em 2008 foi uma pouquinho mais difícil, mas você é o “Rei dos Pontos corridos” e quando tudo concorria para o não... O tri-hexa veio! Comemorei muito o tricampeonato...
Não quero aqui falar das eliminações das Libertadores. Sua história no São Paulo não acabou. Tenho certeza que um dia você voltará e conduzirá o Tricolor ao topo da América e a conquista do mundo. Sonho com este momento. Sabe, não consigo sentir raiva de você. Já tentei, mas não consigo. Gosto tanto de você.
Em 2009 chorei tanto quando você foi embora. Paguei cada mico. No sábado seguinte a sua saída do São Paulo, fui ao salão de beleza. Estava em meio a uma escova quando começou o Globo Esporte. Uma linda homenagem foi feita a você e as lágrimas rolaram pela minha face. Fui indagada sobre o porque de tantas lágrimas... Com vergonha expliquei que era por você... Ninguém entendeu nada. Mais amor a gente não explica, se sente.
Fui à Arena Barueri ver São Paulo X Fluminense, ao te ver comecei a chorar. Gritei com toda a minha força: “É Muricy! É Muricy! É Muricy!”.
Espero que um dia você volte. Sinto saudade das suas entrevistas coletivas. Mesmo com sono, quando os jogos do Tricolor eram de noite, ficava acordada até você soltar suas perolas.
Ah! Tenho seis cachorros e o mais mimado deles tem seu nome. Ele nasceu um dia depois do São Paulo vencer o Boca Juniors na Sul-Americana de 2007. Foi uma forma de homenagear a sua pessoa.
Em 2011 desejo sucesso. Parabéns pelas conquistas, mas principalmente por seu caráter. Pode ter certeza não sou a única são-paulina que te ama. Há uma nação em preto, branco e vermelho que te espera.
Termino esta carta novamente com as lágrimas nos olhos. Acho que vou assistir meu DVD do Hexa. Bateu saudade do “isso trabalho, meu filho!”