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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Que despedida!


            Na sexta-feira tive uma das maiores alegrias futebolísticas da minha vida. Poderei dizer daqui, 10, 15, 20 anos que eu estava na despedida de Rogério Ceni.
            Ao chegar no Morumbi e ver aquele estádio com os refletores apagados e luzes especiais no gramado, o choro foi livre.
            Por causa do trânsito cheguei na hora em que já estavam chamando os jogadores que participariam do amistoso. Quando anunciaram o nome do Muricy... Gritei tanto! E o Lugano? Ah! Volta Lugano!
            Ao ver o Morumbi com mais de 60 mil pessoas lembrei de quanto o São Paulo é grande. O jogo serviu para mostrar que o Tricolor é muito maior que todos os incontáveis problemas.
            Para mim em especial, o jogo não foi apenas a despedida do Rogério, mas a oportunidade de recordar a minha agradável e saudosa infância. Um tempo que não se volta, mas que está vivo dentro de cada são-paulino que viveu a década de 90.
            Ver Raí, Cafu, Zetti e Juninho Paulista no Morumbi foi a concretização de um sonho.
            Fiquei na arquibancada laranja e  como era um jogo amistoso os bandeirões foram liberados. Ai que fiquei nostálgica. Lembrei daquela noite de agosto de 1994 em que o São Paulo perdeu a Libertadores e pela primeira vez chorei pelo time do Morumbi.Vi um filme passando cada detalhe destes meus anos como torcedora do Tricolor!
            Estava tão extasiada que nem lembrei que estava na despedida do M1TO e que aquela seria a última vez que o veria em campo.
            Muita festa e o tempo foi passando. Quando o juiz apitou o final da partida senti um nó na garganta: o fim chegou!
            Depois de tudo que foi falado, escrito e exibido sobre a carreira de Rogério Ceni, digo que a memorável despedida serviu para resgatar o orgulho de torcer pelo São Paulo. Porque convenhamos, o Tricolor nos últimos anos tornou-se uma piada pronta. Um time que trocou quatro vezes de treinador só em 2015, que teve renuncia de presidente, que tem dividas...  Eu por vezes este ano esqueci que meu time é grande, mas na sexta lembrei de todas as glórias e da alegria de ser são-paulina.
            Agradeço a Deus por torcer por este clube. É muito bom recordar detalhes, gols, reviver emoções... lembrar das derrotas doloridas.
            Lembrei a primeira vez que fui ao Centro de Treinamento do São Paulo, da primeira vez que chorei por causa de uma derrota, da vontade louca de ter uma camisa oficial e não poder ter por não ter dinheiro. Lembrei de quando me deram uma camisa tão falsa, mais tão falsa que ao lavar ela ficou ‘tricolor’; lembrei da final do mundial de 2005 que com febre de 39 graus delirei até o último minuto trancada dentro do banheiro (risos). E a fila de 12 horas e 45 minutos para comprar ingresso para a final da Libertadores? Virei sócio-torcedora no dia seguinte (risos).
            Enquanto estava no Morumbi, lembrei de gols do Rogério que talvez ninguém se lembre por não ter importância, mas que eu lembro com carinho. Tem um gol do Rogério que sempre lembro contra a Portuguesa em 2002 no Canindé. Engraçado! Sempre lembro deste gol!
            Desde quando foi anunciada a aposentadoria do mito, não posso ver nada sobre o Rogério que choro. E olha que nem sou fã do Rogério como sou fã, por exemplo, do Muricy Ramalho. Mas, Rogério é o maior ídolo do São Paulo. Jamais haverá outro Rogério! E para sempre Ele será lembrado pela torcida são-paulina. Seu nome será entoado nas arquibancadas nas quartas-feiras de Libertadores como é cantado o nome de Telê Santana. Vai ser dolorido olhar para o gol e não ver nosso capitão. E quando tiver aquela falta perto da grande área? Quem nós vamos chamar pra bater?
            O tempo passou muito rápido...
            Obrigada Rogério! Grande exemplo! Quem dera todos nós chegássemos meia hora antes no serviço e fizéssemos o melhor como você sempre fez. Tenho certeza que este país seria bem melhor!
                              
Morumbi, 11/12/2015 - eu estava lá!