Na
sexta-feira tive uma das maiores alegrias futebolísticas da minha vida. Poderei
dizer daqui, 10, 15, 20 anos que eu estava na despedida de Rogério Ceni.
Ao
chegar no Morumbi e ver aquele estádio com os refletores apagados e luzes
especiais no gramado, o choro foi livre.
Por
causa do trânsito cheguei na hora em que já estavam chamando os jogadores que
participariam do amistoso. Quando anunciaram o nome do Muricy... Gritei tanto!
E o Lugano? Ah! Volta Lugano!
Ao
ver o Morumbi com mais de 60 mil pessoas lembrei de quanto o São Paulo é
grande. O jogo serviu para mostrar que o Tricolor é muito maior que todos os
incontáveis problemas.
Para
mim em especial, o jogo não foi apenas a despedida do Rogério, mas a
oportunidade de recordar a minha agradável e saudosa infância. Um tempo que não
se volta, mas que está vivo dentro de cada são-paulino que viveu a década de
90.
Ver
Raí, Cafu, Zetti e Juninho Paulista no Morumbi foi a concretização de um sonho.
Fiquei
na arquibancada laranja e como era um
jogo amistoso os bandeirões foram liberados. Ai que fiquei nostálgica. Lembrei
daquela noite de agosto de 1994 em que o São Paulo perdeu a Libertadores e pela
primeira vez chorei pelo time do Morumbi.Vi um filme passando cada detalhe
destes meus anos como torcedora do Tricolor!
Estava
tão extasiada que nem lembrei que estava na despedida do M1TO e que aquela
seria a última vez que o veria em campo.
Muita
festa e o tempo foi passando. Quando o juiz apitou o final da partida senti um
nó na garganta: o fim chegou!
Depois
de tudo que foi falado, escrito e exibido sobre a carreira de Rogério Ceni,
digo que a memorável despedida serviu para resgatar o orgulho de torcer pelo
São Paulo. Porque convenhamos, o Tricolor nos últimos anos tornou-se uma piada
pronta. Um time que trocou quatro vezes de treinador só em 2015, que teve
renuncia de presidente, que tem dividas...
Eu por vezes este ano esqueci que meu time é grande, mas na sexta
lembrei de todas as glórias e da alegria de ser são-paulina.
Agradeço
a Deus por torcer por este clube. É muito bom recordar detalhes, gols, reviver
emoções... lembrar das derrotas doloridas.
Lembrei
a primeira vez que fui ao Centro de Treinamento do São Paulo, da primeira vez
que chorei por causa de uma derrota, da vontade louca de ter uma camisa oficial
e não poder ter por não ter dinheiro. Lembrei de quando me deram uma camisa tão
falsa, mais tão falsa que ao lavar ela ficou ‘tricolor’; lembrei da final do
mundial de 2005 que com febre de 39 graus delirei até o último minuto trancada
dentro do banheiro (risos). E a fila de 12 horas e 45 minutos para comprar
ingresso para a final da Libertadores? Virei sócio-torcedora no dia seguinte
(risos).
Enquanto
estava no Morumbi, lembrei de gols do Rogério que talvez ninguém se lembre por
não ter importância, mas que eu lembro com carinho. Tem um gol do Rogério que
sempre lembro contra a Portuguesa em 2002 no Canindé. Engraçado! Sempre lembro
deste gol!
Desde
quando foi anunciada a aposentadoria do mito, não posso ver nada sobre o
Rogério que choro. E olha que nem sou fã do Rogério como sou fã, por exemplo,
do Muricy Ramalho. Mas, Rogério é o maior ídolo do São Paulo. Jamais haverá
outro Rogério! E para sempre Ele será lembrado pela torcida são-paulina. Seu
nome será entoado nas arquibancadas nas quartas-feiras de Libertadores como é
cantado o nome de Telê Santana. Vai ser dolorido olhar para o gol e não ver
nosso capitão. E quando tiver aquela falta perto da grande área? Quem nós vamos
chamar pra bater?
O tempo passou muito rápido...
O tempo passou muito rápido...
Obrigada
Rogério! Grande exemplo! Quem dera todos nós chegássemos meia hora antes no
serviço e fizéssemos o melhor como você sempre fez. Tenho certeza que este país
seria bem melhor!
Morumbi, 11/12/2015 - eu estava lá! |