Estes dias
tenho me sentido saudosista. Tenho lembrado de coisas que nem lembrava mais. Às
vezes sinto uma saudade doída das coisas que não posso fazer mais, como por
exemplo: jogar futebol.
Mais tem
uma coisa que eu sinto muita falta, mais falta que jogar futebol: escrever.
É tão
triste não ter tempo para me dedicar ao que mais gosto de fazer. São tantos os
afazeres. É comida para fazer, é a roupa para lavar e para passar... é o meu
curso de inglês; sem falar no cansaço físico e mental do trabalho braçal. É um
esforço danado para ganhar o pão que quando chego em casa só penso na hora de
ir para cama.
Esta semana
foi uma beleza para quem gosta de futebol. O Rogério Ceni pegou demais e o Pato
deu uma cavadinha ridícula na batida de pênalti em Dida. Foram tantas coisas acontecendo.
Na quinta-feira
eu fiquei por alguns momentos aérea ao escrever mentalmente enquanto eu
trabalhava (risos).
Lembro da época
do colegial. Foram inúmeras vezes que eu terminava a lição rapidamente para
assim poder escrever na minha agenda. O assunto sempre era o futebol. A rodada
da semana, a polêmica do dia... E claro, escrevia sobre meu sonho de ser
jornalista.
Que saudade
de ter esperança. Parece que depois dos 30 a vida fica mais difícil. Eu tenho
olhado para trás e lembrado das coisas passadas, pois preciso de respostas para
saber o porquê as coisas chegarem a um ponto tão dolorido. A pior coisa que se
tem é trabalhar naquilo que não se gosta. E o pior é não poder reclamar disso. As
pessoas pensam que eu tenho o melhor emprego do mundo e que por isso não tenho
direito de ser feliz. Não posso resmungar nenhum pouquinho. Nasci na periferia,
lutei para estudar, não tive oportunidades e tenho que me conformar? As pessoas
são hipócritas. Também querem reclamar, mas não fazem para manter o sorriso estático
do “tudo está bem”.
Se Deus me
der saúde e paciência para trabalhar, daqui uns 20 anos estarei aposentada e
assim poderei escrever. Infelizmente nasci burra para matemática, que dizer
nasci burra para a maioria das coisas, então tenho de agüentar firme, senão
ficarei doida.
Tenho de me
conformar: escrever só quando sobrar tempo.