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terça-feira, 24 de julho de 2012

Eu, eu mesma e os meus quase trinta


        Fiquei pensando em escrever este texto em abril do ano que vem, quando estarei se Deus quiser completando os meus trinta anos.
            Confesso que Santa Teresinha tinha razão quando escreveu: "Minha vida é um brevíssimo segundo. Minha vida é um só dia que escapa que me foge". A vida tem passado muito rápida.
            No jogo da vida, nunca ambicionei muita coisa. Não sei se por falta de confiança, mas nunca me vi dirigindo o meu carro. Sempre quis uma casa com uma biblioteca com um monte de livro e uma escrivaninha para escrever (a escrivaninha era quando não existia computador).
            Quando pequena, claro, quis ser veterinária. Pensei em ser tanta coisa... Até jogadora de futebol. Aliás, os melhores anos da minha vida foram quando eu podia jogar bola... Aprendi a ler e escrever muito cedo. Tenho uma irmã professora e fui sua cobaia. Lia de tudo... e escrevia de tudo também. Aliando meu amor ao futebol e minha paixão pela escrita decidi fazer jornalismo com a intenção de ser jornalista esportiva. Quando eu era adolescente ficava imitando o Milton Neves... Como todo mundo sabe fracassei neste sonho...
            Às vezes sinto que a vida foi um pouco injusta comigo... Sem querer reclamar de barriga cheia, mas acho que algumas coisas poderiam ter sido melhores.
            Nunca tive muita sorte no amor. Sempre fui feinha e depois que comecei a gostar de futebol, meus amigos me viam como um homem (risos). Infelizmente, meu primeiro amor, não foi meu primeiro namorado. Aliás, que lixo de primeiro namoro que tive. Não me deixou nada de bom e isso é ruim. É triste quando alguém passa pela nossa vida e não nos acrescenta nada. Acho que isso poderia ter sido diferente.
            Ter quase trinta anos acaba por mostrar que as coisas ruins realmente acontecem para nos melhorar.
            Sonhava em casar aos 23 e ter um filho aos 25, o outro aos 27 e o último aos 30 (risos). Se tudo der certo vou casar uma semana depois de completar 30 anos. Demorou demais para aparecer meu sapo encantado. Príncipes não existem, pois príncipes são perfeitos, e perfeito somente Deus.
            Como mencionei no início do texto, sempre tive poucos grandes sonhos. Nunca almejei ganhar na Mega Sena, mas sim trabalhar e ganhar bem para viver bem. O único sonho maior que tive é de ir a Roma e ver um jogo da seleção italiana... Nem que seja em 12 vezes no carnê eu irei para Itália. E vou lutar por isso.
            Tinha um sonho de ver o São Paulo ser campeão da Libertadores e vivi isso em 2005. Foi um sonho, um dia que nunca sairá de minha mente.
            Hoje tenho como objetivo casar, ter filhos, comprar um Gol Vermelho e publicar meu livro. É um sonho ter um livro publicado... E claro, ter um emprego que eu não precise vender (risos).
            Aos quase trinta, os sonhos vão sumindo e vamos vivendo mais a realidade. Sinto saudade de sonhar... Sonhar grande. Na verdade às vezes não acredito que as coisas vão dá certo... Tenho sido um pouco negativa.
            Percebo como tenho sido moldada, o quanto melhorei, mas também o quanto falta melhorar... Gostava de pagode, hoje não suporto. Era fã do Homem Aranha, hoje sou mais fã da objetividade do Homem de Ferro... Gostava da Britney Spears hoje ouço  Adele... Claro que tem coisas que não mudam: Continuo a amar desenho animado... I love Shrek! Ah! E continuo a ouvir rádio. Mesmo com o advento da Internet eu não paro de ouvir meu radinho... E quase me esqueço! Há doze anos escuto o programa Estádio 97...  E continuo amando comer chocolate, apesar de engordar. Aliás, a coisa mais chata dos quase trinta é não poder comer a vontade, pois tudo que se come fica alojado em forma de gordura na pança.
            A vida passou tão rápida. Se eu pudesse voltar o tempo, voltaria para o ano 2000. Foi o melhor ano da minha vida. Como eu me diverti. Era tão bom não ter responsabilidades.     Gostei também de 2005... Meu último ano na faculdade. Que saudade! Engraçado é que não lembro muito da minha primeira escola, a decaída Escola Estadual Juventina Marcondes Domingues de Castro...Se ajuntasse as aulas vagas que tive daria mais de um ano letivo (risos).
            Lembro o ano de 1994, ano que ganhei minha primeira camisa do São Paulo.
            Aliás, em 1994 foi um ano especial. Aos 11 anos, meu irmão levou para casa o Jack, que hoje vive no céu dos cachorros... Sempre tive gatos e o Jack foi meu primeiro cachorro. Em 1994 também vi a seleção brasileira ganhar o tetracampeonato mundial; vi o Ayrton Senna sofrer o acidente que culminou com sua morte ( estava assistindo a corrida). E foi com a derrota do São Paulo na final da Libertadores que fez meu amor por este time crescer... Ah! E foi em 1994 que eu comecei ir para a Igreja. Ou seja, comecei a ser o que sou neste ano (risos).
            Apesar de sentir saudades do passado, sou mais eu agora. Há dez anos estava passando por um momento difícil. Tive depressão e não consigo acreditar que um dia pesei 49 quilos...  Perdi tantas oportunidades por causa disso... Nem gosto de lembrar.
            E meu cabelo? Como era feio. Hoje está bem melhor. Se antes parecia um chokito branco, hoje minha pele até que está bonitinha...
            Passei tanto tempo usando apenas um par de tênis e sem ter roupa para sair. As coisas melhoraram.
            Não sei quanto tempo ainda terei de vida. Não sei se chegarei aos 60. Atualmente peço a Deus apenas força para suportar o caminho que estou a trilhar. É como diz a música do Dunga: "Eu sei que não há um caminho, caminho se faz quando se quer caminhar".
            Não podemos esquecer que o maior homem que esta terra já viu iniciou sua vida pública aos trinta anos... E foram necessários a ele apenas três anos para que a história da humanidade mudasse para sempre... Então que venha os Trinta!
            

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