A cada dia que passa entendo mais o trecho bíblico em que Jesus diz que só entrará no céu quem for como uma criança.
Quando tenho um dia difícil no trabalho, me questiono tudo. E nas horas em que faço uma lista mental das minhas necessidades e das realidades, lembro dos sonhos de criança, dos devaneios da infância.
Na minha primeira infância tinha o sonho de ser Médica Veterinária. Nesta época não sabia distinguir que morava no Varginha e que a falta de um monte de coisa era algo normal. Eu achava que crescer, estudar, trabalhar e ser feliz era algo natural. O sonho de ser Veterinária acabou quando minha irmã me disse que eu teria de abrir sapo na Faculdade. Fiquei com nojo e não quis ser Veterinária (risos).
O tempo passou e aos cinco, seis anos eu lia tudo o que caia nas minhas mãos. E minha paixão pela leitura começou e daí vieram as redações malucas e a facilidade para aprender Português e uma dificuldade enorme para Matemática.
Aos 11 anos ganhei um diário... Aí pronto. A loucura foi total. Já são-paulina escrevi sobre a derrota do Tricolor na final da Libertadores de 1994. O meu amor pelo futebol foi crescendo. Aos 14 jogava futebol e digo que esta foi a melhor época da minha vida. Como era bom sair por aí de calção, meião abaixado e chuteira. Eu entrava no ônibus do Varginha e nem ligava para o que diziam de mim. Eu era feliz!
Meu fanatismo me deixou chata e por isso comecei a escrever sobre futebol ao invés de falar. Ouvia rádio o dia inteiro( naquela época não tinha Internet). Após os jogos do São Paulo ficava ouvindo os bastidores. E um dia, em 1997, procurando notícias do Tricolor ouvi a voz do Denílson. Parei de girar o botão do meu "Walkman" e quem o entrevistava era o Milton Neves. E ali decidi que queria ser Jornalista Esportiva. Aí f... Tudo! Eu criei na cabeça uma vida perfeita e repleta de realizações. Eu treinava a entrada dos times mentalmente e olhando para o espelho, imaginava o José Silvério me chamando, o hino do clube ao fundo e eu falando: " E o time tal vem com...".
O tempo foi passando e entrei na Faculdade. Ali comecei ver a realidade, mas não havia outro curso que eu quisesse fazer. Eu tinha um prazer em ir à Faculdade... Sinto saudade!
Olho para os textos que escrevi e me pergunto onde eu errei. A esta vida, não posso reclamar de nada. Tenho um emprego bom, que me permite viver bem, mas às vezes ainda me pego sonhando. Claro que agora acordo.
Nos dias difíceis sempre me pergunto como mudei tanto o rumo da vida, porém tento me apegar a Deus e acreditar que tudo é permissão dele.
Queria apenas mais tempo para escrever. São tantos afazeres, tantos impedimentos, mas quando consigo, as palavras fluem. Hoje não escrevo bem como há dez anos, mas hoje vejo que escrever é uma maneira de aliviar um pouco minha tensão e controlar a frustração de não trabalhar na minha área.
Tento não pensar muito... Às vezes é difícil. Quando não se trabalha no que gosta, o trabalho torna-se ainda mais árduo. Rezo para ter forças e fazer o meu melhor.
Não projeto o futuro. Tenho vivido um dia de cada vez. Não consigo dizer o que estarei fazendo daqui cinco anos...
Muitas pessoas perguntam: "Por que você não trabalha na área?". Ou " Por que você não manda currículo para tal empresa? ". Já ouvi coisas como: " Você não tem fé? Pede pra Deus! ".
Quando estou de bom humor conto toda a minha história. Digo todas as empresas que procurei emprego; mostro até meu portfólio... Agora quando estou sem paciência... Sou grossa!
Por estes dias estou me sentindo um lixo profissional. Tem dias que acho que não presto para nada. Tento lembrar tudo que já fiz e tento ver que estou bem apesar de tudo.
Espero ter forças no braço para poder digitar meus pensamentos quando eu me aposentar....
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terça-feira, 2 de agosto de 2016
Como controlar as frustrações?
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