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domingo, 11 de novembro de 2012

Rogério Ceni


         Desde que me dou por gente torço pelo São Paulo Futebol Clube, mas foi em 1994, aos 11 anos, que descobri que amava o Tricolor do Morumbi. Chorei ao ver o São Paulo perder o Tri da Libertadores ao Vélez Sastifield da Argentina. Ou seja, já sou veterana ao se tratar de torcida. Lá se vão 17 anos... De lá pra cá vi tanta coisa. E uma delas foi o fim do ciclo de Zetti no gol são-paulino. De repente entrou em seu lugar Rogério (ainda sem o Ceni).
        E eis que no ano de 1997, o Tricolor passava por um momento de draga total , vi Rogério Ceni marcar seu primeiro gol. Lembro que estava assistindo a partida de casa quando houve a falta contra o time do União S. João, e Rogério atravessou o campo para batê-la. Nem acredito que vi a todos os gol de Rogério Ceni e acredito menos ainda que vi um ídolo nascer.
        Sempre desejei ter nascido na década de 40 e assim contemplar o futebol de Pelé, Garrincha & Cia, pois a minha geração foi carente de ídolos. Em 1994 vi o Brasil ser campeão mundial nos pênaltis, jogando durante toda a Copa um futebol burocrático.
       Quando adolescente, por minhas amigas gostarem dos Gatões da TV a minha visão de ídolo era diferente. Não ligava para os jogadores que atuavam bem em campo, mas para os bonitões, como o Caio e o Jameli, jogadores que compunham o chamado Expressinho Tricolor.
      O tempo passou e os ídolos bonitões se foram, mas meu amor pela entidade São Paulo Futebol Clube ficou. E Rogério Ceni continuou a fazer parte da minha história com o time do Morumbi.
      Falar que eu admiro Rogério Ceni é redundante, afinal de todos os jogos que o Rogério participou eu os acompanhei de alguma forma.
     Penso em como será a festa de despedida do Capitão Tricolor. RC já tem 38 anos e por ser obstinado pelo trabalho, talvez nem pense em aposentadoria. Como eu tenho síndrome de peru de Natal, eu já sofro...
      Quero estar no Morumbi lotado quando for a última vez que Rogério defender a meta Tricolor.
     Pode ter a certeza, meus netos ouvirão histórias sobre o camisa 1. Quando minhas mãos enrugarem e meu corpo já não tiver forças para comemorar as vitórias do São Paulo, lembrarei dos gols marcados por Rogério Ceni e claro de suas defesas, como as realizadas contra o Liverpool no Mundial de Clubes de 2005. Provável que nesta vida não veja um jogador alcançar as marcas de Rogério.
      Meus netos e bisnetos, provavelmente irão ao Museu do São Paulo e diante do busto do eterno camisa 1 falarão: “A vovó sempre falava deste goleiro. Dizia que foi o melhor”. O outro vai dizer: “Tem uma foto dela com ele guardada lá em casa. Ela sempre me dizia que nascemos na época errada”. Um outro mais rebelde dirá: “Já no final da vida vovó Janine, falava muito do jogo contra o Liverpool e dos gols que ela viu Rogério Ceni marcar dentro do Morumbi. Até enchia o saco!” . O pequenino, mais são-paulino de todos, pois puxou a bisa, chora: “Ah! Eu queria ter visto o Rogério Ceni jogar!”
      Lembra que no começo deste texto eu disse que queria ter visto o Pelé jogar? As gerações futuras terão vontade de ver alguém como Rogério Ceni jogar. Um jogador que não será lembrado apenas por suas magníficas defesas, mas por cobrar falta como ninguém. Qual goleiro no mundo alcançará RC? Difícil!
      P.S. Domingo, 27 de março, nem em meus mais loucos pensamentos pude um dia imaginar ver Rogério marcar seu 100º gol da carreira na galinhada, ops, no Corinthians (risos).
     Parabéns RC por tudo! Somente a sua dedicação ao São Paulo já merecia agradecimentos!

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