Sonhei
na noite passada com o dia em que destroquei o braço jogando futebol. No sonho
me via com o braço engessado, com um conjunto de tactel azul que eu tinha. Eu dizia: “Sou eu, sou eu!”. Que sonho
louco... Aliás, tenho pensado muito no passado, tentando ver aonde errei para
poder consertar e não errar muito de onde estou até ao final da vida.
Por
estes dias tenho sentido uma fadiga maior. Eu deito pra dormir e o passado vem
me visitar, não com pensamentos ruins, mas com as coisas boas que eu já fiz.
Sinto uma agonia, uma vontade de voltar atrás. Queria poder viver um único dia
de 2000: acordar cedo, ir para escola, dar risada, ir para o curso, jogar bola
e chegar em casa com a sensação de dever cumprindo.
Queria
não ter as responsabilidades que tenho... queria de alguma forma me sentir
feliz ao levantar... Sinto que perdi minha essência. É tão ruim fazer as coisas
por fazer. Fazer algo que você não tem dom e ter de aceitar... aceitar sem
murmurar. Foi uma escolha.
Hoje
sinto a necessidade de reciclagem profissional para fazer o que gosto... Mas
estou sem saída. Não gosto de matemática, que dizer, não sei, por isso que não
a amo (risos). Queria trabalhar com prazer em algo que realmente tenho
aptidão... Mas quantas pessoas estão na
mesma situação que eu? Não tenho o
direito de reclamar.
Ah!
Se fosse agora... Não teria feito a faculdade que eu fiz... Ela não me valeu de
nada... Só me deixou ainda mais sem dinheiro.
Não
quero ganhar na Mega-Sena, apenas queria ganhar o suficiente em um trabalho que
me deixasse dormir a noite; um emprego que não me deixasse sentir-se burra e
incompetente; um emprego em que realmente pudesse mostrar minhas reais
habilidades... quem sabe no céu?
Aliás,
como tenho sentido saudades do céu. Esta tristeza que não passa é saudade do
céu. Lá, tenho certeza, não há tristezas, só alegria! Muita alegria.
Deus,
daí-me sabedoria para suportar as provações e fazer valer a pena estes dias
nesta terra...
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