Sou
uma pessoa de poucos amigos. Não sou de ficar mostrando os dentes para as
pessoas. Outrora, quando adolescente, era bem mais expansiva. Mas o tempo
passou quebrei a cara e fiquei meio arredia. Desde de quando vi meu nome na
boca de um monte de gente que não me conhecia, mudei!
Quando
era adolescente era apaixonada por um garoto que não gostava de mim. Se alguém
vinha me perguntar se eu gostava de alguém, eu respondia que não. Ficava
envergonhada e via como um fracasso gostar de quem não gostava de mim.
O
tempo foi passando e todas as vezes que tentei confiar em alguém, quase sempre,
me lasquei. Depois que tive depressão, tentei ainda mais me reservar e busquei
na escrita uma forma de me libertar. Ao invés de falar, prefiro escrever. Tenho
dores e passei por algumas situações que não acho válido sair gritando aos
quatro cantos.
Por
manter a minha vida guardada, tem perguntas que me tiram do sério, que eu não
gosto de responder. Por exemplo, perguntas relacionadas a sexo. Isso é muito pessoal!
Não respondo e não dou ousadia. Fico sem graça!
As
pessoas são muito inconvenientes! Quando eu estava namorando... Tinha de ouvir
quase todo dia a mesma pergunta: “Quando vai ser o casamento?”. Como se para
casar não precisasse ter um alicerce financeiro! Agora tenho de ouvir: “Quando
você vai ter um filho?”. As pessoas não sabem da minha vida! Não sabem que eu
estou fazendo tratamento do joelho e tomo um remédio fortíssimo para me manter
de pé. Pois, acham que não ter cartilagem é uma grande frescura! Talvez porque
nunca sentiram a minha dor!
E
para piorar tudo! Estou com a tireóide alterada. Preciso estar bem para ter um
neném. Quem me conhece sabe a vontade que tenho em ser mãe, mas tudo ao seu
tempo. Preciso estar com a saúde boa para gerar uma vida! Mas, que incomoda
ficar respondendo a mesma pergunta, incomoda!
Mas
tem uma pergunta que me tira ainda mais do sério! Odeio a pergunta: “Por que
você não trabalha na sua área?”. As pessoas perguntam como se eu fosse a coisa
mais fácil do mundo arrumar um emprego na área de comunicação. Há outros, que
me tratam como uma pessoa sem fé, que não reza, que nunca pediu a Deus um
emprego como Jornalista! E tem aqueles que menosprezam meu emprego no banco:
“Nossa! Mas tudo isso de tempo! Como você agüenta?. Se fosse eu já tinha
saído!”. Na boa, ter um emprego hoje, do jeito que o Brasil está, é uma benção!
Quando estou de bom humor respondo: “Não trabalho na área, pois Deus não quis.
Tentei de todos os jeitos, mas chegou uma hora em que não podia mais sonhar. Eu
tinha de trabalhar de qualquer coisa para que eu pudesse me sentir gente!”.
Agora quando estou de mau humor, sou curta e grossa: “Não trabalho na área,
pois sou incompetente”. Uma vez falei isso para uma pessoa e ela ficou sem
graça.
Às
vezes acho que realmente sou incompetente e tento ver onde eu errei, e me pego
sonhando ainda! Mas, para uma pessoa com o meu histórico, ter conquistado as
coisas que conquistei faz de mim uma vencedora!
O
melhor que eu tinha que fazer é não ligar para os que os outros falam, mas isso
é tão difícil! E é mais difícil ainda querer que as pessoas entendam a sua dor.
Só há um que entendem o que a gente sente: Deus
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