Quando alguém
pergunta a mim onde eu moro respondo: “Onde
o vento faz a curva” ou “onde Judas perdeu a camisa do Corinthians”. Vivo
longe, no Jd Varginha. Bairro localizado no extremo sul de São Paulo, próximo
ao Grajaú. Vivo neste bairro desde quando vim da maternidade, isso há quase 31
anos.
Confesso que aqui não é o
melhor lugar do mundo, mas é onde Deus me permite morar. Graças a Deus, meus
pais nunca pagaram aluguel e eu também não. Não tenho o melhor, mas tenho o
necessário.
No Jd Varginha, como em
qualquer lugar do Brasil, há problemas. Um deles é a falta de água. Por causa
disso, na semana passada houve dois manifestos. Um na terça e outro na
quarta-feira. O primeiro eu até participei um pouquinho. Tirei umas fotos, fiz
um vídeo e achei um máximo a população ter feito uma manifestação para
reivindicar o direito do abastecimento de água, mas na quarta-feira, o que era
para ser um direito de expressão... Tornou-se uma baderna. Os arruaceiros
pegaram carona nas manifestações e fizeram do Jd Varginha um campo de guerra.
Estabelecimentos foram destruídos e saqueados. A tropa de Choque teve que
intervir e foram lançadas bombas de efeito moral. Da minha casa senti os
efeitos das bombas: olhos lacrimejando e garganta seca.
Fiquei chocada! O
que leva as pessoas quebrarem tudo? O que ganham com isso? A população,
principalmente as donas dos estabelecimentos só perderam com o quebra-quebra. Infelizmente
o que era para ser uma manifestação que mostrasse que o Jd Varginha e Região
têm voz, que temos o direitos básicos,
pois também pagamos impostos, ficou manchada pelas marcas do vandalismo de meia
dúzia de boçais.
Espero que o
vandalismo não cale a voz da população decente que tem o direito de se
expressar e reivindicar quando necessário.
Um comentário:
Infelizmente sempre tem os baderneiros.
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