Não
é segredo para ninguém que meu sonho era trilhar os caminhos do jornalismo, mas
não sei se por incompetência ou por falta de oportunidade trilhei um outro
caminho.
Deus
é testemunha de que já pensei em mudar
de foco, mas não consigo gostar de outra coisa. Mesmo sendo incompetente e
escrevendo mal, eu teimo em amar a Comunicação Social. Ouço rádio todos os
dias, acessos sites de notícia no celular... Sonho que estou escrevendo meu
livro... Às vezes leio um texto e exclamo: “Muito bom!” e nem me preocupo em
saber onde estou.: no trem , no ônibus ou na sala de casa. Adoro ler. E ficou doente quando estou sem
tempo para escrever. Mas, não queria ser assim. Queria ter aptidão para os
números e tornar a vida mais fácil.
Já
pensei em tantas coisas para mudar a minha vida. Mas tudo envolve as letras.
Pensei em voltar a estudar, pois preciso urgente de um novo emprego, mas só
consigo pensar em cursos como: Mídias
Sócias e Letras (risos)
Sempre
fui muito certinha. Sabe aqueles adolescentes que não dão trabalho? Acordava
05h para ir à escola e nunca me atrasava, Adorava estudar, mas agora... para eu
ir para o trabalho. Só Jesus me tira da cama. É uma agonia ter de levantar. E olha
que nem trabalho longe de casa, o que me dá o privilégio de acordar um pouco
mais tarde, porém meu emprego está me desfigurando e como sou “certinha” tenho
sofrido com isso.
Sempre
gostei das coisas certas e pessoas assim não nasceram para trabalhar sobre
pressão, pois quando eu não consigo bater a meta me sinto um lixo de
profissional. Sei que não sou, pois não nasci para ser bancária, mas meu
inconsciente não entende isso. Tenho que fazer o que gosto nas horas vagas. Não
é fácil sentir seu corpo inteiro doer depois de um dia de trabalho e ouvir: “O
que você fez hoje?”. Na vida do bancário é assim. Se você não vende, você não
trabalhou.
Não
sei o que faço para eu sair desta situação. Estou sem armas para lutar. Não
tenho aptidões para conseguir um novo emprego. Estou totalmente perdida, sem
rumo. Não sei mais o que faço. Toda esta situação me mostrou que o mais difícil
do que ter o problema e não saber por onde começar a resolvê-lo.
Domingo,
chegou a Folha e já fui direto no
caderno de empregos: “Vaga no caderno de Esportes”. Pensei que fosse minha
chance, mas vi que precisava de Inglês fluente e o meu é Intermediário. Mais
uma vez me senti mal. Não sei o que fazer.
Conduzi
minha vida toda torta e aos 30 quero consertar e preciso fazer isto antes de ter um ataque fulminante do coração.
Acho que vou vender docinhos. É a única coisa que sei fazer direito.
Mais,
ainda com tanta coisa ruim, vejo as coisas boas. São poucos aqueles que
nasceram na periferia e fizeram uma pós-graduação, mesmo eu não utilizando
absolutamente nada do que eu aprendi lá e mesmo tendo gastado uma nota e não
ter recebido um centavo de aumento no salário, valeu a pena. Poderia ser pior.
Já pensou se eu tivesse o sonho de ser Comissária de Bordo? Com que dinheiro
pagaria o curso. Ou se eu quisesse ser Veterinária? A mensalidade da Faculdade é
maior que o meu salário.
Cheguei
a conclusão que as oportunidades estão próximo dos que já nasceram “com o
fiofó” para lua. São raros os médicos e doutores oriundos das periferias. O
esforço por vezes não supera as oportunidades da vida. Existem tantas pessoas
graduadas, mas que não tiveram oportunidade de aprender uma outra língua e se
destacar em meio ao furioso mercado de trabalho e agora estão neste momento
atendendo clientes em algum Call Center por
aí!
A
vida segue. Espero dias melhores. Quero apenas a alegria de agradecer o emprego
que eu tenho!
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